Tem dias. Certamente acontece a todos. Alguns dias. Tem dias em que não me apetece falar, não apetece dizer nada, apetece-me estar calado e odeio que me dirijam a palavra. Penso com os meus botões: "Mas porque é que não estás calado. Não me incomodes. Não me apetece falar. Hoje é um dia só para mim. Sou assim...".
Tal qual como o sol e a chuva que se vão alternando durante os 12 meses e os 365 dias do ano, tem dias em que não estou assim. Sou assim mesmo.
Tem dias em que me apetece falar muito e de tudo, dizer parvoíces que me venham à cabeça. Apetece-me que falem comigo, que oiçam as minhas parvoíces e que consigam perceber aquele toque de humor que às vezes por lá anda disfarçado, mas normalmente presente.
São dias. Não se explica, não consigo, mas os dias são assim. Há uns em que me sinto virado só para mim, com um espelho reflector para o resto do mundo. Tudo o que vem de fora e bate volta para trás e não chega cá. Preciso de sossego. De descansar à cabeça, como usa dizer-se por aí.
Outros dias tem em que esse espelho reflector de transforma numa esponja sedenta de absorver tudo o que chega a ela. Precisa de absorver, porque vive disso. São esses os meus outros dias.
As conversas surgem, gosto de falar, que me oiçam e adoro ouvir o que têm para me dizer. Felizmente há dias assim. Felizmente são em maior número que os outros. Como os dias de sol que se deixam contar mais vezes que os dias de chuva. Felizmente é assim. Reina o bom tempo.
Mas hoje é um dia de chuva. Não me apetece falar e ainda menos me apetece ouvir. Há dias assim. Apeteceu-me escrever e saíram estas linhas. Sem pensar. Também há dias assim. Felizmente.
Apeteceu-me criar um blogue. Feliz ou infelizmente?! Vá lá saber-se...
SSP